segunda-feira, 23 de abril de 2007

Os índios em Sergipe

Na aula de 03 de abril de 2007 de história de Sergipe dois, foi retomada a questão do semestre passado sobre índios em Sergipe e em especial destacando o tupinambá, um modo de ser índio, sua cultura os seus valores suas relações sociais etc.
O texto trabalhado em sala de aula foi o da professora Beatriz Góis Dantas do livro textos para a história de Sergipe, no qual a autora nos mostra uma relação dos índios que aqui habitavam quando da chegada dos portugueses. Em Sergipe existia uma diversidade de índios tendo um destaque maior para a tribo dos tupinambás que estavam espalhados por todo o litoral não só de Sergipe como do Brasil.
A sua maneira de convivência, sua divisão social a sua forma de lidar com a guerra, essa de grande importância para esses índios, fazia do povo tupinambá, um dentre os vários modos de ser índio. A singularidade na sua cultura fazia com que se diferenciasse dos demais índios, aos qual o chamavam de tapuias.
Os portugueses quando aqui chegaram ao século XVI, entraram em contato com os índios e que de primeiro momento se deu uma relação harmoniosa com os nativos com a pratica do escambo, mais com o passar do tempo logo se mostraram os reais interesses do colonizador.
O índio foi caçado, escravizado e explorado para satisfazer os desejos do colonizador, que via na figura do índio uma obtenção de lucro com a exploração de sua mão de obra. No inicio a exploração se deu com a obtenção do pau-brasil, também há registros da mão de obra indígena no trabalho dos engenhos.
Mas a questão central nesse momento será com a situação na qual chega o índio no século XIX, qual é o valor da terra para o índio e para o português? Os donos primitivos das terras foram pouco a pouco sendo expulsos do seu território e passaram a conviver em locais onde já não possuíam o direito da terra. O valor atribuído a terra pelos indígenas era a de propriedade comum de todos da tribo, onde se plantava somente o necessário para sua sobrevivência, era a cultura de subsistência, O colono ao tomar posse de suas terras (que se dava algumas vezes com deslocamento de tribos), via na possibilidade de aumentar mais ainda a sua propriedade e na ideologia do homem branco a obtenção de lucrar com as terras conquistadas, diferenciando-se assim do valor dado pelo índio a essa terra.
A resistência oferecida pelo índio de Sergipe para que esse chegasse ao século XIX, com uma identificação do que é ser índio e reconhecidos como tal, se deu de fundamental importância encontrando suporte nas missões, onde pode haver certa coesão grupal. Era reconhecida então oficialmente a existência das seguintes povoações: Aldeia de Água Azeda, Missão de Nossa Senhora do Carmo de Japaratuba, Missão de São Felix de Pacatuba, Missão de São Pedro de Porto d Folha e Vila do Tomar do Geru.
Os índios que vivem hoje no município de Porto da Folha, os xocó lutam pela retomada das terras do antigo aldeamento de São Pedro. Essa tribo hoje apresenta cultura diferente da que possuía os seus ancestrais. A união física e cultural resultou em mudanças no seu modo de viver como em sua aparência física.

Ser índio é um modo de identificação social e o social não se define pelo biológico. Comunidades indígenas são, pois aquelas que têm uma continuidade histórica com sociedades pré-colombianas. Ser índio é pertencer a uma dessas comunidades indígenas e por ela ser reconhecido. Desse modo os Xocó como muitos outros grupos indígenas do Brasil, e particularmente do nordeste, apesar do alto nível de mistura racial com a população envolvente e modificação da sua cultura original, identificam-se como índios e têm o sentimento de pertencer a um grupo de referência muito definido: a comunidade indígena (CUNHA, 1986)

DANTAS, Beatriz Góis. Textos para a História de Sergipe. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe/Aracaju: BANESE, 1991,294P.

2 comentários:

José Ailton disse...

Gostei muito da parte gráfica do blog. Quanto ao texto está muito bom, apenas achei equivocada a nocão de propriedade atribuidade ao índio, acredito que esse conceito remete a uma outra cultura e a outra realidade. Atribuir ao índio a noção de propriedade é querer compreende-los, inserindo-os em valores com os quais não se identificam.

Jairo Vila Nova de Souza Vasconcelos disse...

Gostei muito da organização gráfica e da sequência dos conteúdos abordados, reflexo do que foi visto em sala de aula.