Nesta aula trabalhamos com o texto da professora Maria da Glória Santana de Almeida do livro TEXTOS PARA A HISTÓRIA DE SERGIPE, no qual a autora tem uma abordagem mais econômica do estado de Sergipe desde suas primeiras atividades, diferentemente, se comparado com o texto da professora Beatriz Góis Dantas que enfoca mais a questão do social.
De início a autora cita a dependência da colônia em relação à metrópole as diferenças entre ricos e pobres e traz essa questão da dependência a nível regional colocando Sergipe na condição de subordinado a Bahia. Maria da Glória vai dividir a sua obra utilizando-se de setores econômicos como o primário secundário e o terciário e ainda mostrando em quatro tópicos as seguintes temáticas sobre a economia sergipana: o que se produz..., por que se produz..., como se produz... E para quem se produz.
A situação na qual se encontram certas atividades econômicas hoje em Sergipe se deve a alguns fatores de importância histórica que contribuíram para tal situação com desdobramentos econômicos, sociais e políticos. No qual podemos citar a formação da estrutura agrária desde o início da sua colonização (final do século XVII) caracterizado por uma grande concentração de terras em poder dos mais “poderosos”. O tipo de produção imposto pela metrópole aqui na colônia, que foi o da produção para exportação atendendo o mercado internacional, como também no caso de Sergipe que tinha a função ainda de abastecer as regiões vizinhas mais prósperas economicamente, como a Bahia e Pernambuco.
Acontece assim uma interdependência na colônia, em que algumas capitanias necessitam de apoio e servem de complemento para outras com maior desenvolvimento, como é o caso de Sergipe Del rei.
A criação de gado em Sergipe se deu logo após a sua colonização e a autora vai destacar a grande importância da pecuária por quatro séculos de atividades constantes em Sergipe, e sua predominância somente será abalada por um século de apogeu açucareiro, a sua região apresentava boas pastagens e esse gado servia para abastecer a região do recôncavo baiano com seus engenhos sendo assim uma das primeiras atividades econômicas, em seguida começaram as instalações de pequenos engenhos bangüês e a plantação de cana-de-açúcar onde a região da cotinguiba merece destaque por apresentar condições climáticas e terras férteis alem de estar localizada próximo ao litoral. O açúcar produzido em Sergipe era exportado a sua produção como demais produtos como o gado o algodão o fumo tinham destino certo conforme a necessidade, a depender do incentivo em épocas favoráveis ou de desestimulo em momentos de crise.
A questão dos gêneros de primeira necessidade (feijão, milho, arroz, farinha etc.) ficava em segundo plano, não eram produtos de aceitação para exportar, ficando assim Sergipe numa situação de importador desses produtos de subsistência gerando problemas crise e miséria pela qual passava a parcela menos favorecida de sua população.
Sergipe teve o seu momento de apogeu na sua produção de açúcar, que foi entre os anos de 1775 a 1855, mas que essa produção não se pode comparar com as de outras províncias como Bahia e Pernambuco com melhore desenvolvimento, como também é nesse período que as atenções econômicas estão voltadas para a região sudeste com a exploração do ouro e depois com o cultivo do café, mudando assim a esfera da economia do nordeste para o sul. Sergipe agora pós 1822, quando não existe mais o pacto colonial esta numa situação de segurar a sua balança comercial entre expotaçãoes e importações. O capital acumulado com a produção açucareira não ficou na província, foi investido no sudeste, Sergipe enfrentava dificuldades para manter-se economicamente, com a lei que proibia o tráfego negreiro a mão de obra escrava começou a desaparecer e Sergipe não teve condições de acompanhar as demais regiões como Rio de Janeiro e São Paulo que estavam substituindo essa mão de obra escrava por imigrantes assalariados.
Mesmo assim com essas dificuldades e a região nordeste perdendo espaço para região sul, Sergipe vai sustentar a sua economia primaria para uma nova fase que será a secundaria e a terciaria.
O setor secundário em Sergipe desenvolve-se com o crescimento da população urbana e as instalações de pequenas empresas, de primeiro momento ligado ainda ao setor primário, chegando ao final do século XIX e inicio do século XX, com novas formas de obtenção de capital para o investimento, como empréstimos do governo ou de investidores internacionais. Esse é um novo momento do capitalismo no qual na fase colonial Sergipe passou por sérios problemas de falta de investimentos na sua economia. As instalações de indústrias têxteis, a indústria de transformações, extrativo-minerais essa com a instalação da Petrobras, deram a Sergipe uma importância maior a nível regional como também nacional. A partir da década de 70 do século passado com o aumento da população urbana cresce também outro setor da economia sergipana que é o da prestação de bens e serviços, em que a capital Aracaju concentra a maior parcela de participação neste setor. Na medida em que os anos passam o setor terciário ganha maior importância em relação aos demais e, sai da posição intermediaria na economia na década de 70 a de maior crescimento nos anos 90.
Texto
ALMEIDA, Maria da Glória Santana de,Textos para a História de Sergipe. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe/ Aracaju: BANESE, 1991, 294p.
terça-feira, 1 de maio de 2007
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